quinta-feira, 14 de maio de 2009

DILEMA DO "TIC-TAC"


"Mera ilusão auditiva graças à qual a gente ouve sempre 'tic-tac' e nunca 'tac-tic'... Depois disso, como acreditar nos relógios? Ou na gente?"(Mário Quintana)

O tempo é mais uma convenção humana, dentre tantas, com a diferença que provoca em nós efeitos curiosos e diversos. Tentamos ao longo da vida correr a favor do tempo cronológico e nunca contra ele, sob pena de assistirmos, impassíveis, à dinâmica da vida, sem direito a uma segunda chance. Por isso o tempo é "o senhor da razão" e não nos concede a retomada do passado. Desde cedo, passamos a conhecer o estranho contrato que se estabeleceu entre a entidade tempo e os nossos corpos. Envelhecer é algo inexorável para todos nós e não há meios de evitar a sua passagem, mas, em nosso íntimo, o "tac-tic" de que se refere Quintana ganha outro sentido de tempo e outra percepção de contagem. Nesse espaço, damo-nos conta de conviver não apenas com ilusões auditivas, mas também de nos rendermos às forças de um tempo que só mede a si mesmo.
P.S.: não consegui identificar a autoria da foto. Mas o crédito dela será dado tão logo se pronuncie o seu autor.

Um comentário:

  1. Oi querido,

    É isso: inversão de sentidos, devir em potência 10!!!
    adorei as postagens
    bjs

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