
A última gota se foi, esvaziou-se a taça. O pretexto de um drink se esvaiu e, com ele, acabou a sede entre os pares. Beber o quê? Só restou uma taça vazia.


Seria tão previsível expor a imagem de uma xícara contendo café... No seu lugar, prefiro atiçar os sentidos com os signos linguísticos, traçados, de maneira sugestivamente artesanal, sob uma malha áspera, rude, que nos remete aos sacos de linhagem das zonas portuárias. Basta perceber as tramas da malha para despertar o gosto e o cheiro de uma agradável dose de café, através da memória. Uma experiência, merece ressalva, inesquecível para quem sabe colher da cafeína bons momentos de prazer.
Como esquecer do dia em que visitei as dependências de um jornal impresso? Ao circular pela redação, vem à mente a disposição de dominó para as carteiras de trabalho e o trânsito contínuo dos funcionários, à semelhança de uma colméia humana. Para quem convive à margem do processo, desconhece a emoção de assistir à preparação, ainda com indícios artesanais, do produto final, que é a matriz de impressão do jornal. Se Nara Leão pudesse falar, acompanharia, com olhar atento e ávido, a edição em que informa, aos telespectadores, programa em sua homenagem.


